Finanças Empresariais

 

Para a constituição e acompanhamento de uma carteira de moeda estrangeira, tornava-se necessário dispor de um modelo base que desse indicações sobre quais as moedas que deveriam ser seleccionadas e quais não.

Embora os próprios especialistas na matéria discutam entre si como exactamente se determinam as taxas de câmbio, parece claro que existem alguns factores que têm particular importância. Na escolha dos factores a considerar neste modelo concreto foi seguido de perto a obra de Alan Shapiro, Multinational Financial Managment (6ª Edição, John Wiley & Sons, New York, 1999).

- Taxa de inflacção - Quanto mais elevada, maior a tendência da moeda do país em causa a desvalorizar.

- Risco do país - Como a esmagadora maioria das transacções internacionais provêm de Investimento Directo Estrangeiro, o risco (político ou económico) de um país é extremamente importante. Quanto maior for o risco percebido, maior a tendência para desvalorização da moeda.

- Taxa de crescimento do país - Esta taxa indicará a saúde da economia, e logo, quanto maior, maior a tendência para valorização da moeda em causa.

- Taxa de juro real - Há quem defenda que este é o factor mais importante, pois é graças ao nível de taxa de juro que um país atrai ou não investidores.

Têm também influência decisiva determinantes de curto prazo como as expectativas criadas diariamente sobre os efeitos de determinadas notícias nos mercados.

Devido a todos estes condicionantes, foram seleccionadas inicialmente 33 moedas de países ou zonas económicas, de entre os mais influentes na economia mundial, cuja moeda fosse livremente transaccionada (tentou-se evita moedas "pegadas" a outras, como o caso da China) e cujos dados fossem relativamente fáceis de obter.

 

Para esses 33 países foram obtidos os dados referentes às variáveis mencionadas acima, a saber:

- Taxa de inflação - Obtida para o ano de 1999 da base de dados do worldbank, em www.worldbank.org . A este factor foi atribuído um peso de 20% na determinação da carteira inicial.

- Risco do país - Este indicador foi obtido a partir de um prémio de risco associado ao rating das obrigações do tesouro do país em causa. Está calculado pelo Prof. Aswath Damodaran na sua home page, com base em dados do Moody's, Bondsonline e Bradynet. Foi-lhe atribuído um peso de 40%.

- Taxa de crescimento do país - A taxa de crescimento do PNB de 1999 está disponível para a maioria dos países em www.wordbank.org . Foi-lhe atribuído um peso de 10%.

- Taxa de juro real - Os dados para a maior parte das economias emergentes foram obtidos de www.bradynet.com . Os restantes dados foram obtidos do Financial Times ( www.ft.com ) . Os dados dizem respeito à situação desde Dezembro de 2000 a Fevereiro de 2001. Foi-lhe atribuído um peso de 30%.

 

Com estes dados foi possível formular um problema de programação linear, sujeito às seguintes restrições:

- África - Moedas desta zona deverão ter peso entre 2 e 5% na carteira

- América Latina - entre 3 e 8%

- Oceânia - entre 5 e 10%

- Europa de Leste - entre 2 e 5%

- América do Norte - entre 10 e 15%

- Sudoeste asiático - entre 5 e 10%

- Japão - entre 5 e 10%

- Euro - entre 10 e 15%

- Europa Ocidental (fora zona euro) - entre 7 e 12%

 

A formulação completa do modelo, restições adicionais e seus resultados poderão ser obtidos aqui.

Este modelo teria por objectivo determinar 75% do total da carteira de moeda estrangeira. Os restantes 25% seriam obtidos com base em expectativas formadas na altura da sua constituição. O valor inicial proposto da carteira foi de 1000 Euros.

 

Acompanhamento da carteira

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Página actualizada em 22/04/2001