Finanças Empresariais

 

Toda a evolução da carteira de moeda estrangeira pode ser seguida nesta folha de cálculo.

A carteira foi acompanhada entre 17/2 e 27/3/2001.

As razões pelas quais se realizou à escolha de 75% da carteira foram discutidas na secção anterior.

Os 25% restantes, que constituem uma reserva, foram escolhidos entre moedas que oferecem alguma segurança ou são hipóteses alternativas de investimento: 10% em dólar americano, 10% em euro, 5% em yenes japoneses.

Como foram usados preços diferentes para a compra e venda de uma dada moeda, a conversão inicial faz com que se perca mais de 1 Euro em comissões.

 

19/2/2001

As notícias referentes à economia mundial neste momento são bastante desanimadoras. Particularmente no caso do Japão, que se encontra numa crise económica mais grave do que eu inicialmente julgava: deflação, falência generalizada de empresas (1358 só em Janeiro deste ano), etc. Parece também ganhar força a ideia de se voltar a taxa de juro 0, e pode também haver a tentação de deixar desvalorizar o yene para que o Japão volte à sua política tradicional de moeda fraca.

A situação defenitivamente não aconselha tão elevada detenção de yenes.

A valorização da minha carteira face ao Euro nestes dois dias foi de .03%, sendo a maior valorização observada na coroa norueguesa e a maior desvalorização precisamente no yene japonês.

Vou trocar parte dos yenes por dólares canadianos. Como o euro parece em queda face ao dólar, preciso do uma moeda em princípio correlacionada com este.

 

22/2/2001

A situação mundial continua pessimista.

O Japão particularmente está em maus lençóis: o seu rating baixou um grau no Standard & Poor's, é neste momento a nação mais devedora do mundo, o défice fiscal vai ser grande, etc. Há analistas que defendem cada vez mais que a recuperação do país irá forçosamente passar por um yene fraco.

Aqui mais perto, assiste-se a uma desvalorização da lira turca, que pode ter efeitos nefastos no Euro.

A minha carteira valorizou nestes dias .26%, recuperando já as comissões perdidas no início. A maior subida verificou-se no Won sul-coreano, a maior descida no real brasileiro.

O yene desceu também neste período, o que adicionado à má situação no Japão faz com que eu os vá trocar por uma outra moeda asiática: o peso filipino (não quero reforçar nenhuma daquelas que já tenho, e a tendência para a indonésia é de clara descida).

 

28/2/2001

As más notícias da economia mundial não são novidade.

A especulação quanto à queda das taxas de juro no Japão é cada vez mais forte. Há que manter fora do yene, pois este em princípio desvalorizará. A crise bolsista nos EUA faz valorizar o Euro ligeiramente, pois a Europa parece para já relativamente imune ao perigo e desilusões que afectam a economia norte-americana.

A carteira perdeu .56% nestes dias, e está novamente em terreno negativo. Observaram-se descidas, ou melhor, valorização do Euro face a quase todas as moedas, sendo a maior face ao won sul coreano. Esta última talvez se deva ao efeito negativo do Japão sobre a economia coreana. A queda no real brasileiro parece estar para ficar (já dura aliás há algum tempo), pelo que troco por Zlotys polacos, que estão a valorizar-se.

 

6/3/2001

As notícias no mundo transparecem um desastre global: bolsas em queda por todo o lado, e risco visível em todos os investimentos.

Os analistas deixam transparecer desilusão quanto à incapacidade do euro em valorizar mesmo quando os EUA e Japão se apresentam tão fracos. Tal não é de estranhar tanto assim, visto a situação na Eurolândia também ter os seus pontos fracos: desemprego em alta na Alemanha, subida ameaçadora da inflação... Além disso, continua a sua senda de politiquice: quando será que os políticos percebem que é a sua própria atitude, os conflitos de interesses egoístas nacionais, as suas tentativas de contabilidade criativa para enganar o mercado, que causam nos investidores receios legítimos de desconfiança face à moeda única?

A carteira desvalorizou .64%, e já perdeu quase um por cento desde o início. A desilusão em relação ao Euro pode no entanto levar a um reajustamento em baixa deste, pelo que só troco dólares neozelandeses por australianos. Estes últimos devem baizar também, pois as duas moedas estão fortemente relacionada, mas talvez o façam menos.

 

10/3/2001

Com as notícias em termos de economia mundial a continuarem em tom pessimista, a carteira a perder mais .37%, as mais recentes novidades são no entanto animadoras: O dólar está valorizando, e como grande parte das moedas variam na mesma direcção que ele é possível que a carteira também aumente de valor.

Aparentemente, devido à extrema volatilidade dos mercados mundiais, os investidores procuram títulos mais seguros: obrigações do tesouro norte americanas, denominadas em dólares. Como tal, vou deixar tudo como está. Ao menos, poupo nas comissões.

 

17/3/2001

A economia mundial continua em crise. Não se vislumbra nada que a possa fazer voltar a terrenos positivos nos próximos tempos. Esperar-nos-à uma época de estagnação como no Japão?

No Japão foi admitida oficialmente a deflação. O regresso à política de taxa de juro 0 é cada vez mais certo. A tendência de queda do real deverá manter-se devido a mais um acidente petrolífero, que irá aumentar as importações do Brasil. Manter fora destas moedas.

A valorização do dólar continuou nestes dias (valorizou 4.06% face ao Euro). Tal deve-se à procura títulos seguros por parte dos investidores, denominados em dólar. A queda contínua do yene faz também com que haja consequentemente uma maior procura de dólares.

A carteira volta a terrenos positivos. Valorizou perto de 2% esta semana, o que faz .57% desde o início.

Quanto tempo mais se valorizará? Se os investidores têm sido atraídos pelas altas taxas de juro, que tem descida anunciada por Greenspan para breve, esta valorização do dólar deverá terminar em breve.

Para já não mudo nada.

 

21/3/2001

A economia mundial parece dominada por sinais de esperança: queda das taxas de juro nos EUA e Japão, que parecem auspiciar o caminho correto para o fim da crise. Que continua, com sinais bem claros, sobretudo em sectores como a banca de investimento ou tecnologias de informação.

Apesar de uma boa reacção inicial dos mercados à descida das taxas de juro, é de esperar que o dólar não valorize mais.

A minha carteira desvalorizou novamente. A situação presente é pouco mais ou menos semelhante há um mês atrás. O won sul coreano foi a moeda que mais desvalorizou. Analistas relacionam tal pressão sobre o won com a situação da economia japonesa. Vou substituir parte do won por pesos mexicanos, que se estão a portar relativamente bem, agora que existe um novo presidente no país.

 

27/3/2001

Sinais de esperança para a economia mundial. É o que mostram pelo menos os indicadores de confiança do consumidor. Com os devidos efeitos sobre as mais importantes bolsas mundiais. Novidades são esperadas nas taxas de juro da zona euro, que podem baixar também, seguindo a tendência das restantes potências Japão e EUA.

A minha carteira valorizou nestes dias, graças a mais uma queda do euro.Termina assim em terreno positivo, a ganhar .76% sobre os valores de 17/2. É preciso dizer que tal boa performance se deveu a uma prestação menos boa do euro, natural numa carteira em que quase 50% do peso diz respeito a moeda europeia. No entanto, ao se evitar moedas inicialmente escolhidas como o yene e o real garantiu-se tal resultado positivo.

 

Voltar a Finanças Empresariais

Voltar ao início

Página actualizada em 22/04/2001