Balança de Pagamentos
A balança de pagamentos de Portugal está disponível no site do Banco de Portugal em formato pdf.
A primeira observação que se pode fazer à balança de pagamentos de Portugal é que apresenta uma balança corrente deficitária. Este défice atingiu em 1998 1469,2 biliões de escudos (c. 7% do PIB), em 99 1918,2 (9%) e em 2000 2365,8.
Este números são só por si claros quanto à tendência de agravamento do défice da balança corrente em Portugal. Mas será esta situação verdadeiramente grave para o país? É prática corrente os governos serem criticados quando se verifica tal fenómeno, e Portugal não tem sido excepção.
No entanto, se se fizer uma análise às balanças correntes de alguns países, verifica-se que é de esperar que esta seja deficitária em países com economias saudáveis e em crescimento rápido. Exemplo disto são os Estados Unidos, que apresentam um dos maiores défices do mundo, mas continuam a ser o seu motor de crescimento.
A explicação será que um défice da balança corrente terá sempre como contrapartida um balança financeira superavitária. O investimento estrangeiro no país, se financiar investimento doméstico produtivo, trará a longo prazo desenvolvimento e subida do nível de vida.
Em Portugal, a balança financeira apresentou em 1998 um superávite de 1141,5 biliões de escudos (5,5% do PIB), 1934,1 em 1999 (9%) e 2192,8 no ano 2000. A tendência é neste indicador, também de aumento.
A explicação por trás do défice da balança corrente deve-se ao crescimento das importações de mercadorias, que excedem largamente as exportações. Portugal continua a ser um país exportador de serviços, e continua a ter um grande percentagem de transferências correntes (3,5% do PIB em 98 e 99). No entanto, se no passado tais factores conseguiam equilibrar a balança corrente, tal já não acontece hoje em dia. Em percentagem do PIB, o saldo da balança de mercadorias passou de 10,7% em 1998 para 12,5% em 1999.
Este aumento do défice da balança de mercadorias não se deve apenas a um aumento das relações com os parceiros comunitários de Portugal. O défice relativamente a estes países era de 2000,1 biliões de escudos, um aumento de 10.9% relativamente a 1999. O défice total em 2000 era 3178 biliões de escudos, um aumento de 19% relativamente ao mesmo ano.
O superávite da balança financeira deve-se, excepto em 1999 em que o Investimento em carteira foi o mais determinante para a sua formação, a outro investimento passivo de instituições financeiras monetárias.
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Página actualizada em 30/03/2001